Por tal motivo, nervoso a ponto de ter um surto psicótico, gritava aos berros:
— Que droga de vida é esta que eu possuo? — indagava-se consigo mesmo se autossabotando. — Por que eu não posso ser alguém útil, e realizar feitos grandiosos, se nem ao menos sou capaz de fazer qualquer trabalho para a minha própria sobrevivência? — se contorcia sentado no chão desesperançoso consigo mesmo. — Certamente sou um perdedor! — injuriava-se. — Pois meus problemas psicológicos me impedem de fazer qualquer coisa para ganhar a vida. — lamuriava-se dando tapas no rosto e puxando os cabelos.
Diante disso, ouviu um anjo que estava por perto o que este rapaz vociferava, de modo que para ele se revelou como a um luzeiro, e perguntou:
— Por que tu se autocríticas tanto meu jovem, senão aprendestes ainda nem a conhecer a si próprio em teu intimo?
— E tu criatura? — inquiriu o rapaz furioso ao anjo em solilóquio, ainda que não o notasse. — Quem tu és para vir me dizer o que devo fazer ou deixar de fazer da minha vida?
— Não te disse meu caro jovem o que tu deves “fazer ou deixar de fazer da tua vida.” — retrucou o anjo corrigindo-o da sua acusação. — Contudo, te chamei a atenção de maneira a te alertar a primeiro vencer a si próprio em tua fúria, se auto-observando, caso contrário, não terás o discernimento para triunfar sobre os problemas financeiros de que tanto críticas, e o faz se autopunir, por faltar-lhe a razão.
— Não me venha com esta conversa fiada! — redarguiu o rapaz enfurecido. — Por certo estou muito consciente de quem eu sou — um fracassado — e que por causa disso, não sou capaz de fazer nada direito nem para mim mesmo, por ser um perdedor.
— Oras? Quantas bobagens tenho que ouvir. — disse o anjo menosprezando a atitude do rapaz. — Se tu fosses assim tão infame, não estarias consciente das baboseiras que dizes, e mediria as tuas palavras. Por isso, apruma-te e pare de reclamar. Posto que, deves agir como a um homem. Se bem que, tu, assim como a todos os teus semelhantes, possuis dentro da alma o Todo-Poder de realização.
Em seguida, indagou-se o rapaz sozinho, demonstrando aflição, por estar sentindo uma sensação muito estranha de estar sendo observado por alguém, que ele não conseguia descrever nem explicar:
— Quem me diz o que ouço? Donde estás para que eu possa te vê-lo? Quero saber com quem estou a falar.
— Tu não te conheces rapaz! — disse-lhe novamente o emissário admoestando-o do seu vitimismo, reluzindo, desta vez, como a um forte clarão. — Se tu te conhecesses, oras, não estarias a esbravejar e a agir com tanto ódio, como estás a fazer agora. Portanto, neste instante, tu deves buscar ouvir dentro de ti a voz que lhe fala em segredo, de sorte que só quando a ela der a devida importância, aprenderás a tolerar as contradições da vida, e, dessa maneira, a vencer aos seus desafios com inteligência e sensatez. Ademais, se continuares a se maldizer, julgando-se a pior pessoa do mundo, não terás condições psicológicas para poderes se autodescobrir, e, consequentemente, investir no seu desenvolvimento espiritual, tanto quanto, também, intelectual. Em vista disso, deixe de agir com uma criança birrenta, e mude logo este teu jeito de pensar.
Não obstante, o rapaz ainda não tinha aprendido a meditar muito menos a ouvir o seu silêncio interno, para desse modo poder encontrar a iluminação, e, dessa forma, revelar-lhe as verdades eternas que o fizesse perceber quem de fato ele era.
Por conta disso, tornando a responder ao anjo, o jovem falou:
— Não acredito no que tu me dizes! — disse retraído na sua ignorância. — Se as coisas fossem fáceis como tu às fazem parecer serem, eu não precisaria passar pelo o que estou passando, e já teria ao menos feito algum trabalho para a minha sobrevivência — coisa que nem consigo fazer — e sairia da dependência alheia em que me encontro.
— Não te deixes sucumbir a está melancolia que te consome a alma! — respondeu-lhe o anjo repreendendo-o. — Porém, tu deves fazer conforme te recomendei. Porque, tu só saberás que o que te digo é verdade, quando a tua voz interior aprenderes a ouvi-la.
— E como posso fazer para ouvir o silêncio? — retorquiu o rapaz acabrunhado. — incoerente isso que me dizes... — proferiu confuso. — De jeito nenhum posso me colocar em uma situação da qual eu não a conheço. Quer dizer, como posso confrontar as minhas sombras, se me falta a luz?
— O que te recomendo não é algo incoerente! — tornou a responder-lhe o anjo contradizendo-o da sua falsa percepção distorcida sobre a vida. — Tu deves aprender a se acalmar, para poder ouvir o que em espírito lhe é revelado pela luz divina do Creador. Desse modo, enquanto estiveres a bufar como a um touro raivoso — que é o que andas a fazer —, não conseguirás se conectar com o plano divino das ideias, e padecerás as provações ao longo da tua existência, ou seja, andarás em escuridão.
Posto isto, o rapaz acalmando-se, aos poucos foi recobrando a sua razão. Porquanto, mais tranquilo e sereno, ao anjo questionou-lhe:
— E como, então, eu posso fazer para não cair na armadilha de ter que continuar sendo servo das circunstâncias negativas que eu as criei?
— Tu deves buscar intuir o que a ti lhe será revelado em segredo! — respondeu-lhe o mensageiro a dúvida. — Pois, só quando estiveres aberto a ouvir o que em espírito lhe falará à voz que de dentro de ti te orientarás, poderás, então, receber o que ela a ti ensinar-te-ás mediante toque, palavras e sinais que perceberás no decorrer do seu cotidiano.
— E como farei isso?
— Já estás a fazer! — disse-lhe o anjo afirmativo. — Visto que, quando em tua fúria blasfemaste, a ti lhe apareci, a bem dizer, de maneira que em tua consciência eu pudesse te dar as instruções, para que, em certa medida, tu sejas uma pessoa mais calma e serena, e, por conseguinte, preparar-te para o laboro.
— Então tu és a minha voz interior?
— Eu Sou a tua fonte de inspiração! — replicou o emissário. — Se a mim tu procuras em espírito e verdade, encontrar-me-ás em sabedoria e revelações.
— Sendo tu quem me inspira — comentou o rapaz —, então, por que, não me ajudas a resolver este complexo de inferioridade que tenho de não conseguir poder fazer algo de valoroso, que justifique a minha existência, e a vida que tenho, de maneira que quando eu vier a parti, deixe um legado?
— Ajudar-te-ei a contar do momento em que tu te permitires eu obrar através da tua consciência inspirando-te! Afinal, és tu quem deve recorrer a tua luz interior, uma vez que, só assim poderei por meio de ti realizar as obras do santo espírito, que em verdade e sabedoria faz o que lhe foi recomendado a fazer desde sempre pelo Eterno, isto é, orientar.
— E o que a mim foi conferido pelo Eterno realizar?
— Tu a muitas coisas poderás fazer — disse-lhe o anjo — quando se permitires que eu através de ti obre em verdade e justiça inspirando-te! Posto que, o homem que a Deus encontrou em seu coração, descobriu a si próprio na luz da razão. Além disso, conheceu o que é a vida eterna, pois, só assim se consegue transcorrer o sonho do espírito no corpo, trabalhando-o mediante a mente, que edifica as obras por meio da inteligência serena. Logo, tu só poderás transcender as más circunstâncias em que se encontra, na medida em que for descobrindo o teu potencial, e, desta forma, realizar obras que te permitirão ser reconhecido por elas, se bem que, tudo o que o homem plantar, este colherá.
— Mas como eu posso sair deste estado de desânimo em que me acho acamado, se ainda me sinto amarrado pelas condições negativas em que estou? Oras, não vejo solução em só ficar meditando e ouvindo o meu silêncio interno, quer dizer, acho tudo isso perca de tempo. Além do mais, tudo quanto busco fazer, acaba de algum modo por não frutificar, sendo esta a principal causa do meu fracasso. De qualquer maneira, o meu esforço não valerá a pena, sobretudo se eu me dispuser a fazer o que tu insiste tanto, porque, acabarei de qualquer jeito, como a um perdedor.
— Não! Tu não deves pensar desta forma. — censurou-o o guardião. — A meditação é o caminho para o seu desenvolvimento espiritual, tanto quanto, também, intelectual. É através dela — ouvindo ao teu silêncio interno —, que tu intuirás o que poderás realizar mediante o teu empenho e trabalho. Portanto, não te permites seres alguém refém das tuas próprias circunstâncias negativas, uma vez que, o teu potencial está em conseguir trazer para o plano físico, o que já existe no espiritual. Por isso, medite e estude, para que possas, assim, intuir, e, por conseguinte, aplicar.
— Quer dizer que só posso obter a realização de algum feito importante e valoroso ao longo da minha jornada, se me dispuser a entrar em contato com o plano astral? Isso me parece ser um absurdo! Já que, não vejo como alcançar a tamanho ato, só meditando feito um monge. Francamente, tu queres-me enrolar! Embora o que me ensines pareça algo fácil, ou mesmo motivacional, ainda assim, não vejo isso como uma forma de alcançar, por certo, a iluminação espiritual que tu tanto falas. Afinal, necessito de fazer algo prático, algo que me possibilite ganhar a vida, e dessa maneira, pagar as minhas contas. Portanto, não me amole mais a paciência, porque tu já me ludibriaste o bastante com as suas insinuações.
— Aí é que está. — disse-lhe o anjo. — Tu não te permites fazer o mínimo necessário, para poder intuir aquilo de que precisas, de forma a poder realizar o teu trabalho. Por isso, ficas a se autossabotar, dizendo coisas inescrupulosas que só te atrairão cenários ruins, e que te colocarão num calabouço de desilusões. Portanto, tu deves se corrigir o quanto antes desses pensamentos limitadores, e fazer o que estou a te instruir, desta maneira, conseguirás ver ao teu redor, ferramentas que te ajudarão a fazer o teu trabalho, e, por assim dizer, tornar-te alguém útil à sociedade.
— Tá! — disse o rapaz ainda descrente. — Quer dizer, que só através da meditação, poderei, então, enxergar a essas ferramentas pelas quais eu conseguirei de algum modo, fazer algo de valoroso as pessoas ao meu redor?
— Sim! — exclamou o anjo. — Tu só poderás ser útil à comunidade, na medida em que for desenvolvendo o teu potencial de contribuir com ela, mediante o teu trabalho, com algo que lhe agregue maior valor intelectual. Com efeito, tu só poderás fazer isso, ao primeiro desenvolver o teu lado espiritual, meditando e ouvindo o seu coração, ou seja, se entregando a contemplação. Daí ficará fácil intuir e saber o que tu posteriormente deverás fazer.
— Isso tudo o que me dizes é muito bonito e maravilhoso. — retrucou o rapaz ainda se culpando por não conseguir, de alguma maneira, ser prestativo a coletividade. — Não obstante, não vejo outra forma de fazer isso o que tu me recomendas, e sobressair a esta má condição em que me encontro, de derrotas e fracassos frente às circunstâncias negativas da minha vida. Portanto, tudo o que me dizes, não parece ser algo viável. Certamente, acho tudo o que me falas coisa de louco, de pessoas que ouvem vozes na sua cabeça, e que pensam, afinal, serem dotadas de algum poder especial, ou coisa parecida. Por isso, de agora em diante, o melhor que posso fazer, é me calar.
— Tu continuas a ficar se autossabotando. — criticou o emissário ao jovem. — Tu só poderás comprovar o que te ensino, praticando o que te recomendei. Doutro jeito, tu só continuarás mergulhado neste desânimo, e não conseguirás colaborar em nada com a sua comunidade, muito menos consigo próprio. Portanto, mude já o teu modo de pensar, caso contrário, tu padecerás no abismo das tuas emoções. Além do que, nesta terrível tempestade, não poderás encontrar a nenhum porto seguro sequer, e terminarás, por fim, a sucumbir às trevas abissais da tua alma, quer dizer, morrerás.
Á vista disso, o rapaz percebeu que só poderia provar a eficácia do método instruído pelo anjo, à medida que ele fosse praticando. De fato, depois de algum tempo, ele conseguiu comprovar que quanto mais ele se dedicava em meditar e estudar, maior era o potencial oculto que ele revelará de dentro de si, haja vista essas forças criativas estarem bloqueadas pelo medo, e por ele ainda não tê-las descoberto ouvindo ao seu silêncio interno, ou seja, deixando fluir, e trabalhando o foco na disciplina, como também, na contemplação.
Por conta disso, após passar alguns meses empenhado neste esforço, o rapaz conseguiu ser aprovado em um vestibular para uma universidade de prestígio, de modo que, a partir disto, pôde, dessa forma, se instruir cada vez mais em se autodescobrir por meio do aprimoramento intelectual. Finalmente, daí em diante, ele corroborou com as instruções pelas quais o anjo lhe passou. Certamente, para ele, esta experiência foi o divisor de águas na sua biografia. Pois, esse jovem que antes não cria ser capaz de realizar nada, e de não fazer nada, conseguiu definir um rumo para sua vida, e, consequentemente, ter um propósito maior para a sua existência. Além de tudo, ele pôde desse jeito, colaborar com a sua comunidade, isto é, trabalhando e gerando valor para a sociedade.
Por último, sossegado durante a sua pratica meditativa diária, consigo ele falou em pensamento:
— Agora sou sabedor de quem Eu Sou! Porquanto, encontrei dentro de mim, as resposta para as quais eu não cria elas existirem antes, mas que a todo tempo sempre estiveram dentro de mim mesmo, ou seja, assim como o anjo me ensinou. Dessa forma, de agora em diante, posso contribuir com o próximo através do meu trabalho, usando do conhecimento que adquiri instruindo-me no meu autodesenvolvimento, tanto quanto, também, na universidade, pois, é por meio destes instrumentos, que posso compartilhar com a humanidade dos saberes espirituais que possuo, e com os quais fui adquirindo ao longo do meu percurso na Terra. Ademais, estarei sempre a manter na minha rotina diária (a disciplina em estudar, meditar e aplicar), pois são estas as práticas que levam a realização pessoal, por serem inspiradas pela luz da razão, isto é, pelo verbo divino que se faz carne e que mediante o corpo, torna-o ferramenta de execução. De fato, meditando, estudando, orando e trabalhando, torno-me útil ao crescimento e progresso social, pois, estas são as quatro disciplinas pelas quais qualquer pessoa pode encontrar dentro de si mesma, a consecução de suas obras. Amém!
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