Havia um general que usava um broche que o distinguia dos demais membros da sua comunidade. Esse broche possuía uma estrela pentacular de ouro, coroada com folhas de louro e uma pedra de safira em sua ponta superior, que dava a esta medalha, uma imagem distinta de honrraria, que ele havia conquistado em batalha, por seu mérito e coragem em campo de guerra.
Dessa forma, orgulhoso de ter conseguido subjulgar com façanha uma fortaleza inimiga sob o comando do seu exército que investiu o ataque, este general, após a sua vitória e condecoração, confiante, propôs-se a adentrar num campo de batalha diferente do seu, terreno este que era de difícil entendimento para ele, dado que, este homem não conhecia o valor da humildade e fraternidade. Além disso, ele poderia vir a ter perdas substanciais da sua honra e dos seus méritos militares, por desconhecer esses princípios humanistas.
Ao passo que, este general orgulhoso do seu mérito, desafiou a algum homem que pudesse fazer feito maior do que o seu, motivo pelo qual, em sua vaidade, ele não acreditava haver rival superior a sua coragem e habilidade em superar desafios e subjulgar inimigos e obstáculos.
Por conseguinte, levantando-se do seu trono firmado em seu castelo conquistado no calor da batalha, este valente guerreiro proferiu:
— Entre todos aqui presentes neste recinto, eu desafio a algum homem que tenha a destreza e coragem superior a minha, para poder fazer feito maior do que o meu, de ter lutado na guerra e vencido a fortaleza inimiga, daqueles que se abrigaram para se defenderem do meu ataque, e do meu ímpeto pela conquista.
Todavia, apareceu um sábio humilde, sem nenhum valor social — porque era muito pobre — mas que possuía uma clareza espiritual sem igual. E este sábio, ao homem condecorado falou:
— Senhor! Estou aqui para lhe provar que existe algo maior do que o mérito que tu conseguiste, conquistando a fortaleza do vosso inimigo.
Em sequência, o homem condecorado perguntou-lhe com ironia e rigidez:
— E como que tu nestas condições podes provar fazer algum feito, se nem ao menos tu consegues fazer algo para melhorar a tua aparência? Haja vista vestir-se como a um esfarrapado, que nem roupas para se cobrir possuis dinheiro para comprá-las?
— Posso te dizer — respondeu-lhe o sábio — que o que aparento ser, não sou!
— E quem tu és então? — perguntou-lhe o condecorado sorrindo com malícia. — A mim pareces ser mais um pedinte sem qualquer vigor físico, e nenhuma dignidade — disse o general com aspereza ao sábio —, do que alguém com algum mérito e valor pessoal.
Porém, o sábio sabia que este general era um homem corajoso. Ele soubera que o homem o qual ele tinha aceitado o desafio, era um homem de grande valor pessoal, e que não se intimidaria com ninguém, por ser um herói de guerra, e um combatente valoroso. Posto que, este sábio percebendo estar sendo humilhado pelo heroi distinto pela sua honrraria, a ele falou:
— Posso te provar — disse o sábio com muita confiança — que há feitos maiores neste mundo, do que conquistar fortalezas e vencer aos inimigos.
— Prova-me mendigo! — disse-lhe o condecorado desafiando-o com desdém.
— Pois não! — retorquiu-lhe o sábio. — Dar-te-ei a prova, que há feitos maiores neste mundo, do que lutar com bravura, e conquistar inimigos. Além do que, lhe mostrarei que não só a muito mais a ser descoberto para ser revelado, do que já é conhecido e mostrado.
— Então, mostra-me e provas do que tu és capaz! — desafiou o condecorado impaciente com o velho sábio. — Se fores, em todo caso, capaz de fazer alguma coisa. — sorriu o general sádico.
— Sim! — respondeu-lhe o velho sábio. — Pois te direi algo que jamais te esquecerás. E, sabedor do que lhe revelarei, tu terás por prova (não só o que lhe provarei), mas por revelação terás por sabido, o que no mundo dos homens só pode conhecer, quem no mundo dos deuses já estivestes antes para poder revelar-vos.
Conquanto, o condecorado já estava saturado das imprecações do velho sábio. Por sua vez, forçando-o a falar, com aspereza maior desafiou-o:
— Então velho! — apontou-lhe o dedo. — Diga-me: o que tu és capaz de fazer e de me revelar? — provocou-o. — De modo que, já lhe dei atenção o bastante, dado as suas condições miseráveis de mendigo e ordinário.
— O que pode o homem conquistar fora de si, que já não tenha ele conquistado antes dentro de si próprio? — perguntou-lhe o sábio.
— Nada pode o homem conquistar dentro de si! — respondeu-lhe o general. — Tudo o que há para ser conquistado, está fora do homem! — afirmou o bravo guerreiro. — Pois, o valor, a glória, e a vitória, só possuem mérito, quando estas são dignificadas e condecoradas por outros homens, que reconhecem o que não pode ser desmerecido por aqueles que não temem aos seus inimigos, e não fogem de lutar contra os seus adversários.
— Nada disso! — disse o velho sábio. — O senhor está enganado. O senhor não pode conquistar o mundo, sem antes ter conquistado a si próprio! Os feitos que o senhor conseguiu nas guerras, só foram possíveis, graças à peleja interior que o senhor antes teve com as suas sombras, que se manifestaram como os seus inimigos exteriores. — explicou-lhe o velho sábio.
No entanto, o general já estava impaciente. Queria que o velho lhe provasse que ele poderia conquistar algo maior, do que a condecoração que ele havia conseguido na batalha, na qual ele conquistou a fortaleza inimiga. E retorquiu-lhe falando:
— Tu poderias me dizer, o que tu porventura podes fazer, para conseguir maior bravura do que a minha? — perguntou-lhe o guerreiro. — Não tens nem calçado para os vossos pés abrigá-los! — esnobou-o. — E ousa-me desafiar, querendo se dizer capaz de fazer feito maior do que as minhas conquistas?
— Tu achas que a distinção que possuis, é o que lhe revela a bravura que desempenhastes na batalha, a qual tu conseguiste conquistar a fortaleza inimiga. — respondeu-lhe o velho sábio. — Mas não percebes, que a maior distinção que podes um homem ter, é conquistar-se a si próprio em sua busca interior, e ter o autoconhecimento de si mesmo.
— Bobagens! — replicou-lhe o general já impaciente. — Tu mendigo, estás a dizer coisas que são vãs, e nada acrescentam a vitória e nem a honra de um homem dignificado e forjado no calor escaldante da guerra.
À vista disso, o velho sábio continuou e enfatizou a sua tese:
— Sendo o senhor digno de ter aos teus inimigos subjugados, conseguiu dar-lhes a vergonha da derrota! Mas, não conquistando a si próprio (por pensar ser merecedor das honrarias pelos teus feitos militares), esqueceu-se de que é a Deus quem tu deves tê-Lo em dignidade e magnificência, por poder fazer-te forte em teus empreendimentos.
— E por que eu teria que recorrer a Deus, para vencer os meus inimigos? — interrogou-lhe o general. — Se estes eu já os venci com a minha espada! — jactanciou-se.
— Tu lutaste com as tuas sombras interiores que pensas ser os vossos inimigos! — respondeu-lhe o sábio. — Entretanto, o verdadeiro inimigo reside dentro de ti! Por vezes, este tu não poderás conquistá-lo com a tua espada, e nem poderás derrubar-lhe a fortaleza. Dado que, ele é desde sempre quem a ti acompanha a fazer-te derramar o sangue de quem tu pensas ser os vossos rivais.
— Bobagens o que me dizes! — replicou-lhe o general. — O que vale é o que sou capaz de conquistar! — justificou-se. — Sou um guerreiro! — afirmou orgulhoso. — E eu sendo um combatente, venço aos meus inimigos porque posso derrotá-los pela minha força, distinção, e nobreza de caráter. A condecoração que consegui, foi outorgada a minha pessoa pela confiança que os demais membros desta comunidade da qual fazemos parte, concederam-me pelos meus méritos.
— Tu pensas ó homem que pelas tuas distinções, estás capacitado a ser maior do que os demais homens da tua comunidade? — interpelou-o o velho sábio de modo retórico. — Mas, digo-te que não! O que faz um homem ser maior entre os seus pares, é poder se iluminar! E iluminado, trazer aos outros do seu convívio, a luz que derramam as bênçãos e a sabedoria que vem do céu.
— Blasfêmias! — gritou o general com repugnância do pobre mendigo. — Tu és um covarde! — apontou-lhe o dedo. — Nada tu fizeste durante a tua vida e nada realizaste de digno ou produtivo a esta comunidade! Vives como um pedinte, e nada fizestes para conseguir, nem sequer o pouco para o teu sustento. Tu deves agir, conforme tu sempre agiste — mendigando para ter o pão que nunca foste capaz de consegui-lo pelos teus méritos. De sorte que, eu o fiz por merecer, pela minha reputação por ter conseguido me sobressair aos meus adversários.
Embora o velho sábio tenha ouvido com atenção a tudo o que o heroi condecorado para ele falava, por sua parte, respondeu-lhe:
— O pão de que me alimento, é dado por quem a todas as coisas pode fazer através do homem, que a Deus encontrou! Pois, o verdadeiro pão que sustenta o homem e lhe atribui a sabedoria e o discernimento, é o pão da palavra! Em suma, a palavra proferida pelo homem sem o sustentáculo de Deus é morta! Mas, a palavra proferida por Deus, esta gera frutos, e abunda as estações.
— Velho! — disse o general. — Tu não sabes o que diz! — criticou-o. — Pensas que Deus olha por gente como tu, covarde, que nem o pouco consegue fazer para viver. Deves buscar conquistar a tua honra, pelas tuas distinções e méritos próprios. E isto tu só conseguirás, quando aprenderes a agir e a subjugar os teus inimigos! E não a buscar palavras mortas, de deuses mortos, que nada podem através do homem fazer, para grandes feitos realizá-los.
— Busco em Deus o pão da vida! — replicou-lhe o sábio. — A bem dizer, este me sustenta o corpo e o espírito! Os meus inimigos já estão todos derrotados! Pois, eu os venci, quando os derrotei dentro de mim mesmo. E tu! — apontou-lhe o cajado o sábio — que é o último deles, eu o derrotarei quando provar-te, que não podes um homem com distinções, julgar-se maior do que os demais. Porque, a maior distinção que um homem pode ter, é encontrar a Deus em todas as coisas, e ouvi-Lo falar de dentro do seu coração.
Não obstante, o heroi condecorado sentindo-se desafiado, ao velho falou:
— Tu achas que és capaz de conseguir me vencer? — perguntou com arrogância o general. — Ainda não se deste conta de quem tu és, e da tua condição de miséria e pobreza em que vives? Achas mesmo que com este discurso barato de espiritualidade e autoconhecimento, poderás conseguir subjugar-me? Tu és louco velho! — disse com rudeza o militar. — Ponha-te no teu lugar! E vê se te enxergas. — balbuciou o general.
— Vês esta turba de gente que estás a nos ouvir e a olhar? — perguntou o velho sábio ao condecorado.
— Eu os vejo com mais clareza do que tu! — respondeu-lhe o general com insolência. — Pois ficas aí a tentar se exaltar em meio a esta multidão que o desprezas por verem ser tu, um homem desocupado sem valor pessoal nenhum. Diferente de mim, que sou um heroi de guerra.
— Eu vos digo — retrucou o velho sábio dando voltas e olhando aos presentes — a todos que a nós estão ouvindo e que serão testemunha do que irei revelar, pois ficarão chocados (não com o que da boca deste velho sai), mas com o Espírito Santo que ao homem consagrado a Deus, a todos os mistérios revela-os escondido de dentro do seu vaso sagrado, o coração.
Seguidamente ao que o sábio proferiu, aconteceu que o agrupamento de gente dentro do recinto do castelo, ficou agitada. E diziam entre si:
— Será que este velho fará algum feito milagroso?
Outros falavam:
— Ou mágico?
E ainda havia os que comentavam cochichando:
— Este homem é um louco! Como pode um mendigo falar assim, com um homem tão distinto quanto o nosso herói, que venceu aos nossos inimigos em batalha?
Diante do bafafá que se gerou, o velho sábio, pedindo a todos que se acalmassem, falou:
— Calma meus irmãos! Eu vos direi que o que se passará aqui, ficará memorável por todos os tempos.
— Louco! Louco! Louco! — agitava-se o ajuntamento de gente gritando.
— Vós vereis povo desta cidade, que um homem como eu pobre, sem condições materiais, mas muito crente em Deus e na luz que me orienta, farei pasmarem-se diante de vossos olhos! Pois, o que o homem vê diante de si, é o que está dentro dele.
— E então? Já destes o teu espetáculo? — repudiou-lhe o general. — O que mais tu queres da boa gente desta cidade? — perguntou-lhe o mesmo. — Já conseguistes a minha atenção, e a dos demais aqui presentes neste castelo. O que tu podes a nós revelar de tão espetacular, do que o feito que eu fiz em batalha, subjugando os meus inimigos, e conquistando-lhes a fortaleza?
Consequentemente, o velho sábio, fechando os olhos, e erguendo o cajado para o alto, falou:
— Ó misericordiosa e infinita luz, que a tudo vê, e a todas as coisas revelam! Estou aqui, humildemente lhe pedindo, para que me enchas com a tua sabedoria, de modo que eu possa provar a toda esta gente, que ninguém é maior do que a divina providência. Além disso, só o homem quem a Deus encontrou dentro de si, pode ser notável entre todos os homens, porque este conheceu a si mesmo, ao conseguir vencer os seus medos e a superar os seus traumas.
Posteriormente, abaixando o cajado, e abrindo os seus olhos, ao general engrandecido pela sua vitória conquistada no campo de guerra, disse-lhe o velho sábio:
— Tu ó homem és orgulhoso de teus feitos sobre outros homens! Porém, tu não és nada por diante da luz que a todos os caminhos iluminam e conhece-os; e a todas as coisas em oculto revelam-nas. Estou aqui, pronto para lhe fazer enxergar, que é Deus quem obra através da humanidade. Porquanto, a humanidade quando em sua autossuficiência a Ele não é instrumento de obra, é a sombra ferramenta de iniquidades! A ti farei humilhar-se por diante do altar, que encontrarás, quando a porta que abrires adentro de ti, levar-te até o púlpito, onde acharás a luz que interiormente lhe quer fazer surgir um mundo novo e luminoso. Porventura, a bem dizer, tu arrepender-se-á de ter conseguido vencer aos teus semelhantes pela espada, e não pela sabedoria, que lhe é luz e caminho para os teus passos.
— Estou te esperando fazer feito tão notável quanto ao meu! — respondeu o general exaltado em sua vaidade ao velho sábio em tom de deboche.
— Dentre todos os homens que combateram na guerra, tu te ergueste pela sua notável coragem. — aludiu o velho sábio a bravura do militar. — Conquanto, erguendo-se dentre todos os que fizeram combate contra ti, tu os vencestes. Logo, os demais que o acompanhavam assim se sentiram vitoriosos pelo seu feito, por ter se destacado dentre os seus semelhantes e os motivados a continuarem a lutar. Porém, aconteceu que estando figura maior do que a ti, que entre seus iguais já havia vencido outras batalha, aparecendo-te por diante quando desafiaste a quem poderia fazer feito maior do que o seu, agora lhe desafia: “Tu que vencestes aos homens, doravante vence a mim, que sou maior do que tu”!
Todavia, o homem condecorado respondeu-lhe em tom ameaçador, sedento pelo sangue do velho sábio:
— A ti vencerei com maior facilidade, do que aos outros homens que subjuguei na conquista da fortaleza! — disse-lhe o general. — Pois, fiques, a saber, antes que eu desembainhe a minha espada para cortar-lhe a cabeça, humillhar-te-ei tão quanto aos homens que trucidei em batalha, visto que eles eram mais fortes e mais sagazes do que tu, um mendigo esfarrapado sem força sequer para conseguir usar este cajado para se defender.
Por causa disso, começou a brilhar uma luz misteriosa emanada deste velho — que por diante dos homens apareceu disposto a confrontar ao herói condecorado.
Em seguida, o sábio pronunciou:
— Vós todos sois irmãos! Por vezes, matam-se uns aos outros, para poderem ter o gosto da vitória, e para poderem se exaltar entre os seus. Mas, a mim, que sou o maior de todos, não podeis vencer! Pois, vivo onde todos vós viveis, bem como, Eu Sou quem a vós lhes conheço o coração.
— Como podes tu viver onde nós vivemos; e habitar onde nós habitamos; e conhecer os nossos corações, se não passas de um blasfemador? — retorquiu-lhe o general exasperado se levantando do seu trono.
— Pois lhes digo: nenhum homem que a si próprio não se conheceu, conquistou ao mundo! — disse o que fulgurava em luz e verdade. — Porque, só pode o homem vencer ao mundo, se antes esse conquistar a si próprio; e só consegue o homem vencer a si próprio, quando este encontra dentro de si a luz que lhe fala em silêncio, e lhe abre todos os caminhos, e protege-o de seguir pelos maus caminhos.
— Oras! — disse o condecorado. — Como pode o homem conquistar o mundo vencendo primeiro a ele mesmo? — questionou-lhe o general. — Isso não tem cabimento. — meneou a cabeça, sorrindo com deboche, em sinal de desaprovação ao que o ermitão lhe falou.
— Tudo o que o homem no mundo vê, é antes visto por ele em seu coração! — respondeu-lhe o velho sábio. — Pois, o mundo é ao homem feito, a tua imagem e semelhança. Por sinal, se este em seu mundo mata a seu irmão, mata ele antes dentro de si próprio. De igual modo, se este conquista fortalezas e subjuga os seus inimigos, este antes os subjugou dentro de si mesmo! Pois, o que fazes em teu coração, faz depois em tua vida.
Com efeito, pois, o condecorado pensando sobre tudo o que o velho sábio lhe falou, disse-lhe em tom de sarcasmo:
— Está bem! Ouvi-lhe dizer tudo o que tinhas a me falar, e a esta gente que a nós observa e escuta. Mas, não me mostraste nada, que pudesse provar-me feito maior do que o meu! Ficou a nos enrrolar, e a falar coisas que parecem ser mais um ataque de loucura de quem nem a si próprio sabe quem é, do que coisas condizentes a nossa realidade.
— Pois eu lhe disse tudo o que em seu coração não queres ouvir! — respondeu-lhe o velho sábio. — O que estou a te revelar, é o que de dentro de ti venho falando sempre. Mas, tu na tua teimosia e na tua ânsia por poder e influência, procura fazer o que em teus pensamentos, e em teus desejos, buscas conquistar. De tal modo que, agindo conforme a tua ignorância, a outros subjuga-os pela espada para poder sobre eles edificar a tua vitória! E que triste vitória é esta! Não podes por meio dela, se fazer distinto de outros homens! Porque, estes não lhe respeitam, mas lhe temem! Conquanto, a vida de outros como a ti, tu as tirastes, para poder se vangloriar das distinções que hoje possui.
Por consequência ao que o velho sábio falou ao bravo guerreiro, no tocante a este mistério, sentiu o heroi um arrepio que veio pela tua coluna, de maneira que ferido no seu ego ele pronunciou:
— Como pode tu falar de dentro de mim, se nunca antes eu o conheci?
— Eu Sou a sua Luz Interior! — respondeu-lhe
quem sempre o condecorado ignorou. — Porém, a mim tu negaste e zombaste! Pois,
a ti vim como velho, e como pobre, e tu me rejeitou. Tu dás mais importância as
tuas vitórias e feitos medonhos, do que em ouvir quem a ti quer-lhe revelar a
senda que leva-te a iluminação e a vida. Portanto, ficas, tu, então, com as
tuas honrarias! E, lembre-se que para cada sangue que derramastes em batalha,
mais terás que pagá-lo através de oração e autoindulgência, para que possas
recobrir o mau que fizestes. Porque, a gloria é servir ao Pai, e não em
derrotar aos homens! Além do mais, a honra é ser visto aos olhos de Deus como
seu filho, e não como o seu desatino!
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