O Padeiro

 

 

Num bairro comercial bastante movimentado, havia um padeiro que possuía uma padaria muito próspera. Ele se gabava por ter um negócio bem-sucedido, e por ter sido sempre contemplado com bons clientes. Não se queixava e nem reclamava, somente agradecia pelo seu sucesso.

Porém, aconteceu que um dia a padaria veio a pegar fogo — de­vido ao superaquecimento do forno que causou o incêndio — de modo que, o padeiro, ficou inconsolado com o que havia aconte­cido. E, por assim dizer, orando, pediu a Deus para que Ele lhe ajudasse a restabelecer o seu comércio, afinal de contas, ele só queria continuar vendendo os seus pães, e servindo aos seus clientes.

Por sinal, numa tarde de calor sufocante e mormaço quente, o padeiro, desolado com a tragédia que ocorrerá, cochilou na poltrona de sua casa. Em seguida, durante o sono, teve um sonho, onde viu Deus lhe aparecer em forma de anjo, de maneira que o Altíssimo lhe perguntou:

— Por que tu me pedes padeiro, para que eu te ajude a restabele­cer a tua padaria? Tenho Eu contigo algum compromisso?

Entretanto, aconteceu que o homem assustado com a visão di­vina, acordou do sonho todo suado e agitado. Por consequência, com a respiração ofegante — em decorrência da premonição que teve — questionou ao anjo:

— Por que senhor, tu se negaste a me ajudar a restabelecer a mi­nha padaria, se sempre fui grato pelo meu sucesso? E agora, diante deste infortúnio que me ocorreu, me é negada a sua benção, a tal ponto de o Senhor não se compadecer da minha penúria.

Diante disso, o anjo, ouvindo a tudo o que o empresário lamuri­ava, veio ao seu encontro e lhe falou:

— Tu padeiro, recorrestes a mim no prejuízo! No entanto, sem­pre me agradeceste na fartura. Pois bem! Devo, daqui por diante te deixar se virar sozinho! Uma vez que, sei que tu foste fiel na abun­dância, doravante veremos se serás fiel na miséria.

Todavia, o homem ficou triste do que ouvira do anjo, e procurou se conter da raiva de não ter sido atendido por ele. Doutra sorte, foi o padeiro procurar tentar consertar o prejuízo que lhe havia ocor­rido, depois que a padaria pegou fogo. Entrementes, diante das difi­culdades e dos tropeços que teve em reedificar o seu comércio, ainda sim, em seus pensamentos, ele manteve-se fiel a Deus e sempre o agradecia por tê-lo dado mais uma chance (mesmo diante do mau agouro que o acometia as circunstâncias).

Dado que, ocorreu, de então, em um dia de muita labuta deste homem para restabelecer o seu negócio, próximo ao forno, onde havia começado o fogaréu, novamente, apareceu-lhe o Altíssimo em forma de anjo, reluzindo como a um forte clarão.

E disse-lhe:

— Tu, ó homem, junto a mim tens fé! E Eu através de ti edifico as minhas obras! Dar-te-ei não só os recursos e o poder de recons­truir a tua padaria, bem como, lhe darei o contentamento de poder servir aos teus clientes (não só comercializando pão), tanto quanto, também, servindo-lhes em espírito por meio da palavra.

Á vista disso, o homem, alegrou-se de poder ter tido esta experi­ência mística com a divindade (por intermédio do seu sagrado anjo guardião), e se esforçou mais para reerguer o seu comércio. Além disso, tendo ele conseguido recomeçar a sua empresa, passou a ofe­recer aos seus clientes (não só o pão de cada dia que eles vinham lhe comprar), assim como, também, o prazer de poder compartilhar com eles a sua obstinação e vontade de superar os seus desafios e contornar os obstáculos.

E contente, expressava radiando luz e alegria:

— Todo o plano que o homem em espírito crê a Deus, se for da Sua vontade, ele conseguirá desse projeto colher bons resultados! Haja vista ser O Pai quem faz a obra, mediante do filho, pelo qual Ele derrama a suas bênçãos, neste vaso sagrado, o coração.

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Sinopse

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