A Avalanche

 

 

Em um dia de inverno muito frio e tempo rigoroso, estava um lenhador caminhando pela estrada indo de volta para sua casa, que ficava em um vilarejo as margens de um riacho, no alto de uma colina. Desse modo, depois de um longo dia de trabalho exaustante cortando lenha para uma madeireira, aconteceu, de repente, em quanto ele andava tranquilo subindo a colina, dele se deparar com uma avalanche de neve que vinha ao seu encontro, descendo por uma montanha que a estrada cortava em forma de espiral.

Diante disso, esse homem saiu da estrada apavorado e correu da avalanche de neve em direção ao sopé da montanha, de maneira que, no percurso, ele tentou se esconder debaixo da copa de uma grande árvore, para que sobrevindo a avalanche em sua direção, ela não o levasse para a morte certa no fundo do vale, cobrindo-o com a neve.

Dessa forma, enquanto ele permanecia escondido atrás da grande árvore aonde buscou por abrigo, apareceu para ele uma intensa luz, e, por conseguinte, esta luz radiante perguntou-lhe:

— Ó homem! Por que tu estás com medo da avalanche?

— Ainda pergunta? — respondeu o lenhador ao clarão que o surpreendia admirado. — Tu não vês que o que está vindo em mi­nha direção é a morte certa no fundo do vale?

— Tu não deves temer a morte! — disse-lhe o clarão. — Pois, a morte é um conceito abstrato que só existe em tua mente. Entre­mentes, tu ó homem deves de te alegrar com a vida! Porque ela é eterna e para sempre.

— E tu? Como sabes estas coisas? — redarguiu o lenhador ao clarão desconfiado. — Não sei nem de onde tu vieste, e o porquê estás a me dizer todas estas bobagens... Não vês o perigo o qual estou correndo aqui, escondido atrás desta árvore? — redarguiu o lenhador ao globo de luz radiante, sem saber que ele estava menos­prezando a sua luz interior.

Disse-lhe, então, a esfera reluzente:

— Estou por diante de ti, para te dizer que o que tu estás te­mendo já passou! — afirmou-lhe o clarão. — Pois, a avalanche da qual tu se escondes, já perdeu a sua força, e parou antes de a estrada chegar.

Por sua vez, o lenhador se afastou um pouco para o lado da ár­vore e olhou para trás de si entre os ombros, e percebeu que o que o clarão havia lhe dito era verdade, e que a avalanche se findara antes de chegar à estrada.

Porquanto, interrogou o lenhador ao clarão:

— Mas como pode isso estar acontecendo? A avalanche que vi­nha em minha direção era muito grande e forte. Como se conteve antes mesmo de chegar à estrada na qual eu estava caminhando?

— Tu percebes agora que não deves temer a morte? — interro­gou o clarão ao lenhador de maneira retórica. — A ti não foi che­gado o momento de transcender a consciência pela qual tu estás agora imergido nesta realidade na qual se encontra. Mas, quando chegar o momento, por assim dizer, tu a transcenderá pelo seguinte modo ao qual tu a sua vida conduziste, ao longo da tua jornada pela Terra. Logo, este momento ocorrerá, quando tu estiveres pronto para o seu advento, de maneira que o homem só conhece o dia da sua morte, quando esta já o espera, não sabendo, pois, o homem nem onde, quando e como ela o achará.

Todavia, o lenhador não entendia nada do que estava aconte­cendo, dado que só tinha em mente voltar para a sua casa, pois, não esperava ser surpreendido pela avalanche, muito menos pela esfera de luz radiante que para ele apareceu.

Logo, por conta disso, o lenhador ao clarão questionou-lhe:

— Mas quem és tu? Não sei donde vieste e nem o porquê se re­velastes para mim, como luz brilhante que me quase cega aos olhos. Conquanto, tu ficas a me dizer estas coisas, das quais nem sequer me dou conta se elas existem ou de quando ocorrerá, visto que, desco­nheço o que me revelas.

— Eu sou Aquele que Sou! — disse-lhe o clarão com uma voz que se assemelhava a um trovão, mas que não o assustava, porém fazia-o sentir obediência. — Eu Sou aquele que é! Contigo falo por­que tu me buscaste ouvir de dentro de si, quando em teu medo re­correste à fé para salvar-te a vida. Tu crestes Eu ser o teu amparo e a tua muralha, e diante de ti estou em espírito e verdade para que creias que a vida é eterna, e que ela foi concedida por Deus ao ho­mem, para que possa este viver em alegria e abundância, quando o homem aprende a crer, que tudo provém do amor de Deus.

À vista disso, o lenhador, então, arrepiando-se da cabeça aos pés, do clarão duvidou, e perscrutou-lhe intrigado:

— Mas como pode? Eu pensava ser Deus alguém externo a mim, e que eu devesse recorrer a Ele em templos e igrejas. Se Deus fala por de dentro de mim, e eu O escuto como se estivesses ao meu lado, então, por que dizem os homens que se intitulam sacerdotes, que Deus reside em construções feitas por mãos humanas?

— Tu percebes o quanto incauto são esses homens? — replicou-lhe o clarão. — Eles buscam encontrar a vida aonde ela se manifesta, mas não do Espírito Santo de onde ela provém. A verdade não é algo externo ao homem, mas um atributo interno que ele dá as coi­sas do mundo que ele julga serem reais, e as quais ele crer assim elas serem, por causa de tudo existir na mente do Todo, razão pela qual ser d’Ele que é emanado os infinitos Aeons da existência. Portanto, quando o homem a cerca das coisas profanas do mundo busca en­contrar-me, por assim dizer, descobre o mesmo enganações e misé­rias pelas quais ele é ludibriado! Porque, a vida não está fora do ho­mem, mas ela é concedida para ele, através do sopro divino de Deus dentro do seu coração, que lhe bombeia o sangue que irriga as veias do corpo, e nutre as células com energia e calor. No entanto, o ho­mem não se dá conta do milagre que de dentro de si acontece, e procura justificar e compreender a este prodígio, buscando somente por meio da ciência a compreensão que ele também deveria procurar dentro de si ouvindo ao seu Eu Interior, que é a força espiritual que de dentro dele fala, e para ele revela os mistérios sagrados, e o acau­tela de se promiscuir na libertinagem das suas paixões.

Em função disso, encontrava-se o lenhador tão assombrado por tudo aquilo que ele estava ouvindo do clarão, que foi preciso essa voz interna lhe dizer para que ele não a temesse. Afinal, sendo ela a sua própria essência divina que de dentro dele revelava-se, comuni­cou-lhe a voz de maneira a deixá-lo tranquilo quanto a sua existên­cia:

— Ó homem! Não tenhas medo de quem falas contigo de den­tro. Tu estás a ter contato com o seu Eu Divino, com a sua Luz Interior. E estou a te revelar os mistérios sagrados que tu não desco­bririas sabê-los em nenhum outro homem, de modo que só pode o homem ser edificado em verdade, quando esse busca dentro de si encontrar-me, ouvindo também a sua razão. E vindo tu até a mim, eu lhe revelarei os segredos que lhe são misteriosos e ocultos. Por­tanto, tu deves alegrar-te em tua fé de ter conseguido me encontrar! Já que em teu medo tu clamaste com fé para que Deus te viesse à vida salvá-la. Doravante, Eu estando por diante de ti, estou pronto para as tuas dúvidas e indagações esclarecê-las! Pois, tudo o que me pedires e me confiares, te darei e te direi. Mas terás que fazer por merecer! Sendo a tua luz Crística fiel, e ouvindo-me as instruções e seguindo as minhas orientações.

Ao passo que, o lenhador escutou com atenção o que estava sendo dito a ele pela intensa luz que brilhava a sua frente, e pensou em tudo o que ele poderia pedi-la. Porquanto, se deixando acometer por desejos profanos, o lenhador ao clarão pediu por bens materiais e uma vida luxuosa — já que este homem era pobre e de poucos recursos financeiros, por ser operário em uma madeireira:

— Se é assim tão fácil como tu está a fazer-me acreditar — insi­nuou —, então conceda-me as coisas que desejo em meu coração! E me enchas de tesouros e prazeres para que eu possa gozar a vida em abundância e prosperidade.

— Tu estás a me pedir para te dar as coisas profanas do mundo! — advertiu-lhe o clarão. — Ainda que possas a todas estas coisas tê-las, não terás o que de mais importante e virtuoso Eu posso lhe dar. Pois, todas estas coisas serão passageiras. E tudo o que nesta vida tu vieres a plantar, tu irás colher. Tu não deves pedir-Me todas estas coisas que desejas em teu coração. Mas deves recorrer-me para lhe presentear com o maior presente que pode Deus dar ao homem, que é a sabedoria! A luz que de dentro de ti falará, e que de dentro de ti lhe instruirá a agir e a fazer, o que é correto e justo obrar. Não se deixe enganar pelo o que o seu Eu Inferior através dos seus desejos mundanos, quer por entre eles fazer-te crer, dele tu seres escravo. Visto que, todo o homem que recorre à procura das coisas do mundo, estará ele a caminho de encontrar a perdição dos seus dias, e a perder a saúde que lhe vitaliza o corpo.

Não obstante, o lenhador ficou inconformado com as instruções que o clarão estava lhe passando, porque desejava ardentemente possuir aos bens materiais e gozar as paixões terrenas, de modo que interrogou-o:

— Se tu não podes saciar-me as necessidades materiais... — titu­beou —, então por que eu devo recorrer-te? Tu me dizes ser a sabe­doria a maior das virtudes que Deus pode conceder ao homem. Mas aí fico pensando: Do que adianta a sabedoria ao homem, se nada possuir o mesmo de bens materiais para que ele possa usufruir e beneficiar-se com os conseguintes prazeres? — objetou. — Se for à sabedoria uma virtude, então por que os sábios vivem na miséria?

— Engana-se tu! — censurou-lhe o clarão admoestando-o de sua contradição. — A sabedoria não é para os que vivem na miséria! Mas ela é uma opção para aqueles que a procuraram e não quiseram se corromper com o materialismo bruto do mundo e nem com os prazeres profanos da carne. Os homens que conseguiram encontrar a sabedoria deixarão de agir como aos loucos, que só buscam satis­fazerem os seus desejos egoístas e as suas paixões inferiores. Pois, esses tolos negligenciaram de ao Espírito Santo buscar-lhe em ver­dade e amor, mediante meditações e a observância de uma vida aus­tera, além do que de estudos, porque não creem o Espírito Santo existir. Ou seja, esses insensatos acreditam que é nos bens materiais que eles encontraram o propósito e o significado para suas vidas e consequente existência aqui na Terra. Porém, infelizmente eles aca­bam sempre sendo vítimas da miséria interior e da podridão dos seus pecados que eles mesmos tolamente cultivaram dentro de si, quando procuraram satisfazer mais ao corpo e menos ao espírito, alimen­tando a alma com o pão da vida eterna e o vinho sagrado do conhe­cimento e da instrução.

Contudo, o lenhador ainda estava crente ser as riquezas materiais o maior bem que os homens poderiam obter, de modo que ao clarão disse-lhe tentando justificar-se cegado pelas suas paixões egoístas:

— Ainda o que tu me venhas a dizer seja verdade — corroborou —, não consigo me dissociar da ideia de que para ser sábio, o ho­mem tenha que viver em miséria!  Logo, por esta razão, me per­gunto: por que não pode a sabedoria e as riquezas materiais, coabitar junto no coração do homem?

— As riquezas materiais, pois, são uma consequência mediante o trabalho que o homem realiza conforme as obras de suas mãos ou prodígio do seu intelecto. — explanou-lhe o clarão. — Pois tudo o que ao homem é desejável, é possível dele conseguir com esforço, perseverança e dedicação. Porém, o homem deve ter cuidado com o que deseja! Porque, cegado pelos seus desejos, pode este ser traído por eles, e cair em ignomínia por ter aos bens materiais mais dado valor, do que as dádivas espirituais que ele recebe de Deus medi­tando e intuindo ao se permitir ouvir o seu coração. Não é errado um homem de sabedoria possuir riquezas materiais. Entretanto, como Eu já te falei, o homem que encontra a sabedoria no seu inte­rior, com o tempo se conforma que os bens do mundo são apenas recursos para que ele possa viver em melhores condições de vida na Terra. No entanto, os bens materiais nunca substituíram a sabedoria, que lhe dará os meios essenciais para que o homem possa ao materi­alismo transcender, e em espírito crescer.

Destarte, refletiu o lenhador por um instante sobre a mentoria do clarão, de maneira que na sua alma ele se sentiu tocado por dentro por um grande reconforto espiritual, o qual não sabia como explicá-lo. Logo, por sua vez, o homem mais ao clarão indagou-lhe, ainda que se sentisse acuado pelo sentimento intenso que preenchia-o interiormente, no frio da neve como a uma chama intensa que aquece e ilumina o corpo:

— Mas então por que a humanidade está neste mundo, se não nos é agradável que desfrutemos dos bens materiais? Qual é a graça da vida — objetou inconformado — se não pode o homem desfru­tar dos prazeres que o dinheiro pode comprar, e das riquezas materi­ais que ele pode se beneficiar?

— O homem pode ter maior prazer, quando tomado pela sabe­doria interior, que o faz ascender ao Grande Espírito que é a ver­dade que ressoa de dentro de si, consciência e amor. — respondeu-lhe o clarão. — Pois, todos os prazeres terrenos que possa o homem experimentar, nenhum será maior do que o de estar na companhia do seu Pai Eterno, que é o único que pode encher-lhe o coração de virtude e de saber espiritual.

Porém, o lenhador ainda se sentia mentalmente preso aos desejos materiais, e aos prazeres da carne que pode o homem saboreá-los, quando imerso em suas vicissitudes derradeiras de corpo e alma.

E ao clarão retrucou:

— Ok! — disse o lenhador. — Mas ainda que sejas assim como tu a mim dizes — contraditou-se —, por que tu pões como algo ruim ao homem, as coisas terrenas não serem boas para ele? Já que, o homem faz parte deste mundo, e neste mundo ele está apto a to­das as coisas ter que experienciá-las? — indagou-o.

— Não é errado o homem experienciar as coisas do mundo ma­terial no qual ele está. — respondeu-lhe o clarão. — O errado é o homem se deixar levar pelos prazeres terrenos, e esquecer-se de bus­car o maior prazer que pode ele encontrar, que é estar junto a Deus meditando e intuindo para poder ouvir ao seu coração. Infelizmente, os homens tende a valorizar mais aos bens materiais do que as virtu­des espirituais! Pois, as pessoas são mais estimuladas a terem maior consideração, por personagens que podem ostentar riqueza e poder. Entretanto, a sabedoria não se revela as vaidades humanas e nem as suas loucuras passageiras.

Com efeito, pois, o lenhador percebeu o porquê das pessoas valo­rizarem mais aos bens materiais do que os dons espirituais: a justiça, a temperança, a prudência e a fortaleza. E, por sua parte o lenhador ao clarão falou:

— Agora eu entendo o porquê a imagem mágica dos sábios, ser de pessoas mais velhas! Porquanto, a sabedoria não é algo que se fique ostentando por ai como fazem os materialistas, que ficam se gabando de terem conquistado aos seus bens materiais, e querem servir de exemplo a outros homens pelo sucesso e o esforço recom­pensado. A sabedoria é interna a cada um! E cada um deve buscá-la no seu interior, confiando em ouvir ao Cristo que de dentro de si fala em silêncio, a ponto de ele consentir os dons divinos aos inicia­dos de terem as revelações do Espírito Santo projetadas através de si no mundo e nos outros.

— É isso mesmo o que tu disseste. — corroborou o clarão. — Não pode o homem ficar ostentando aos outros homens, uma joia tão preciosa quanto à sabedoria! Porque, ela é interna a cada um dos seres humanos. E, ainda que ela fale igual para todos, poucos são os que a compreendem e querem ouvi-la o que ela tem aos homens dizer-lhes e revelar-lhes. Afinal, na busca frenética do homem pelo materialismo e pelas coisas profanas do mundo, quer o mesmo aos prazeres mundanos ceder-se, de modo que consentindo a eles, fica o homem desprovido de estar sendo orientado pela luz da verdade, que de dentro de si fala em silêncio! Dessa forma, a busca do ho­mem em satisfazer aos seus desejos, confina-o a ter que sempre viver e a ostentar uma imagem distorcida do que realmente em espí­rito ele é! Daí é que decorre dele estar sempre fatigado pelas cons­tantes provações que ele tem que dar aos seus semelhantes, e, conse­guintemente, por assim dizer, isso faz com que ele acabe por deterio­rar o seu caráter e a sua consciência, de maneira que se o homem empreendesse mais em buscar a luz, estaria o mesmo iluminado e justificado na sua consciência interior, reluzindo como a mais bela chama reluz na escuridão.

— Pois que assim deve de ser! — concordou o lenhador com o clarão. — Agora que tu me fizeste compreender que a verdade é antes de mais nada se entregar ao Creador em espírito, pela contem­plação meditativa ouvindo ao meu silêncio interno, posso viver os meus dias a obrar segunda a consciência de Deus, ao realizar as obras da Sua vontade. Posto que, que bem maior pode o homem praticar senão servir a quem o creou? Ainda que eu seja um homem atarefado com o meu trabalho exaustante na madeireira, posso servir ao Creador me dedicando em ouvi-Lo dentro de mim, em pequenos intervalos que poderei fazer durante a minha jornada. Assim, conse­guirei além do meu laboro, também edificar obras de virtudes por tudo aquilo de bom, justo e verdadeiro que eu puder compartilhar com o próximo.

— Pois assim espero que tu faças! — respondeu-lhe o clarão. — Tu deves cultivar dentro de si a chama divina da misericórdia que lhe permitirá transcender aos desejos terrenos, conforme tu fores apren­dendo a se desapegar dos bens materiais. Desse modo, pois, tu te elevarás à alma a Deus, e será com Ele um só corpo e espírito na Terra.

Por fim o clarão se foi, como apareceu, num piscar de olhos. E o homem se levantando de debaixo da árvore, agradeceu a Deus por ter tido com o clarão esta experiência mística, que o ajudou a en­contrar o seu verdadeiro dom espiritual, quando ele aprendeu a re­conhecer em si as suas fraquezas, e permitiu-se transcendê-las atra­vés do autoconhecimento ao imergires no seu interior meditando. 

Dessa forma, mergulhando no obscuro do seu intimo, ele apren­deu a enxergar as suas sombras, e a transmutá-las, ao confirmar vir do Espírito Santo, a sabedoria que o conduz a iluminação, quando o homem perdido, deixa-se guiar pela sua Luz Interior. Amém!

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Sinopse

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