Brincava uma criança em um monte de areia que havia num parquinho, quando descobriu a um tesouro — uma joia rara. E, após encontrá-la, foi apressado contar aos seus amigos o que ela tinha achado, de modo que, foram os amigos desta criança correndo até o monte, onde ela havia encontrado a este maravilhoso tesouro.
Ao passo que, um destes amigos da criança olhando o brilho intenso que reluzia daquela preciosidade, perguntou-a:
— O que tu farás com este amuleto que tu achaste neste monte?
Respondeu-lhe a criança:
— Eu irei guardá-lo! — disse contente. — E quando eu me tornar adulto, irei vendê-lo.
De fato, passado um bocado de tempo depois àquela criança cresceu. Porquanto, já feita adulto, pegou o tesouro que ela tinha descoberto na sua infância, e o levou a um comerciante de joias.
Por sua vez, vendo este comerciante o valor daquela joia, ofereceu ao jovem adulto uma vultosa soma de dinheiro por ela, posto que, o jovem adulto aceitando-a, vendeu o seu tesouro ao joalheiro:
— Quanto que tu queres meu caro jovem por esta joia? — perguntou-lhe o comerciante após analisá-la com cuidado e ter observado o seu enorme valor.
Respondeu-lhe o jovem adulto:
— O preço justo que o senhor estipular que ela vale.
Disse-lhe o comerciante:
— Pago-te o quanto tu estás disposto a abrir mão dela. — afirmou o comerciante enérgico.
Doravante, o jovem adulto respondeu-lhe:
— Que seja! Paga-me o quanto ela vale. Este velho amuleto não me parece ser muito útil agora.
Todavia, o comerciante de joias vendo a ingenuidade do jovem adulto, com um leve sorriso no rosto falou:
— Tudo bem! Estamos de acordo. Aqui está o quanto ela vale. — disse-lhe o comerciante após pegar na gaveta do balcão um grosso maço de notas de dinheiro em espécie.
Contudo, posteriormente a negociação do amuleto, após deixar a joalheria, o jovem adulto se arrependeu, por sentir ter se desfeito de algo muito valioso, mas que ele não sabia como explicar. E, compungido pelo ato insano que cometeu de loucura, foi tentar comprar de volta do comerciante a joia que ele tinha encontrado.
Doravante, já dentro da joalheria, ofereceu o jovem adulto ao comerciante o dinheiro mediante o qual ele tinha vendido a joia:
— Aqui está senhor o seu dinheiro! Gostaria de comprar de volta a joia que o senhor comprou de mim agora pouco.
No entanto, este se negou em vendê-la de volta, e falou:
— Não meu caro! — objetou-lhe o joalheiro com um gesto negativo com a mão esquerda. — Tu me vendeste a joia mais rara que existe. — disse o homem com um semblante sereno, porém fechado. — Tu tens que aprender a valorizar os tesouros que encontrarás ao longo da tua vida.
Por conta disso, desolado, o jovem adulto se retirou. E, a bem dizer, envergonhado, voltou para a sua casa e tentou se suicidar. Mas, graças a Deus não conseguiu. Porque, lembrou-se de ir ao monte de areia no parquinho onde ele havia encontrado aquele tesouro em sua infância. E, cavando, cavando, cavando, encontrou outra joia rara tão bela quanto aquela que ele havia vendido ao comerciante de joias. Sabendo agora o valor que esta possuía, levou-a consigo e a guardou.
Por certo, desde então, ficou o jovem adulto com este amuleto, de sorte que agora ele tinha descoberto que este tesouro era ainda mais raro do que o outro que ele havia encontrado quando criança, no mesmo monte do parquinho.
E, conversando consigo em voz alta, expressou:
— Tenho que agora cuidar melhor da minha joia! — disse confiante. — Pois esta é mais rara, do que a que eu encontrei na minha infância. — segurava-a com os dedos da mão direita apertando-a no lado esquerdo do peito. — Esta joia é a essência de todas as coisas! — afirmou. — Ela precede a tudo o que existe, já existiu e ainda o que existirá.
A despeito do decorrido acontecido, aprendeu o jovem adulto a não mais trair a sua consciência Crística. O tesouro que ele havia encontrado era a sabedoria — a essência de todas as coisas. Conquanto, vendendo-a ao comerciante de joias, ele traiu a sua Luz Interior, pelas coisas mundanas e passageiras. Culpando-se, tentou se matar! Porque viu o valor que aquele amuleto possuía, depois de ter se desfeito dele.
E, de todo modo, arrependido, buscou encontrá-lo novamente. E encontrando-o, percebeu que esta joia incrustada no amuleto era mais valiosa do que a anterior. Visto que, agora, sabedor da valia deste tesouro (por ter se desfeito do antigo), ele se deu conta da sua riqueza incalculável, e que a possuindo, possuía o bem mais valioso que pode um homem dispor em sua vida: ser abençoado e ungido pela sabedoria divina do Pai Eterno.
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