O Destino

 

 

Erroneamente, em seu orgulho, pensava um homem consigo que o seu destino era ele quem o fazia, por não saber, que a vida é uma sucessão de acontecimentos ininterruptos, que são gerados (não só pela escolha racional do ser humano motivada pelo seu desejo e por sua vontade), contudo, também, por sucessivas causalidades de decisões que já foram pré-estabelecidas em seu DNA.

Além do mais, estas causas são provocadas por sentimentos e emoções oriundos de diferentes naturezas — físicas e espirituais — que se complementam entre si, como, por exemplo, no que nos acontece por meio dos chamados sete pecados capitais: ira; gula; inveja; preguiça; avareza; soberba e luxuria que são os responsáveis por tornar o destino do homem difícil, e, da mesma maneira, infe­lizmente, corroboram na formação do ser humano, desde o mo­mento em que como espírito veio este ser angélico encarnar neste mundo físico, através do corpo e da sua consequente persona, a alma.

De certo, é dessa forma que todas estas informações contidas em seu código genético, se traduzem em características inerentes a cada pessoa que há na Terra, e, consequentemente, elas definem o caráter e as personalidades de todos os seres humanos. Porém, esse homem não acreditava nisso, e tinha, em seu intimo, por teimosa convicção que o seu destino era feito por força única de sua vontade, sem que houvesse a intervenção emotiva da fé, proveniente da ligação emo­cional entre a criatura e a divindade inescrutável que a creou, medi­ante infinita bondade, e, de igual modo, com toda certeza, de puro amor.

Logo, por causa disso, observando-o se esforçar em provar a sua tese através do que ele acreditava ser o seu livre arbítrio, aproximou-se dele um anjo e disse-lhe:

— Vejo que tu andas a pensar, que a vida que levas, são conse­quências das tuas próprias escolhas, e não do destino que tu não crês ele existir.

— Mas como tu sabes o que eu penso? — retrucou o homem surpreso ao ver o anjo que brilhava como ao disco solar.

— O que tu pensas é o que acreditas ser a tua verdade! — argu­mentou o anjo demonstrando ao homem o seu erro. — Mas, a ver­dade é muito maior do que tu acreditas ela ser, de tal maneira que só pode conhecê-la, quem ao Divino Espírito Santo já o encontrou, quando introspectivo em profunda meditação no seu templo sagrado adentrou, e, assim, posteriormente, conseguiu romper o véu que separa o mundo físico do espiritual.

Entrementes o homem se situava confuso, e ao anjo objetou:

— Tá! — exclamou. — Mas como o senhor sabe o que eu ando a matutar em meus pensamentos, se nem sequer sei quem tu és? O que me faz questioná-lo sobre a origem da tua natureza incorpórea.

— Tu não sabes quem eu sou! — retorquiu-lhe o anjo que refletia como ao sol. — Mas eu sei quem tu és! — disse-lhe apontando o dedo ao tomar uma forma luminosa, semelhante à humana. — Tu pensas que a vida que levas são consequências das tuas escolhas. Não obstante, ela é o efeito circunstancial da programação do seu código genético, que o induz a decidir o que lhe é por força maior optar, o que erroneamente pensas ser a tua vontade.

— Oras meu senhor... — contra-argumentou o homem com um leve sorriso malicioso, gesticulando com as mãos em sinal de desa­provação. — Como tu podes conhecer-me tão bem, para dizer-me todas estas coisas?

Replicou-lhe o anjo:

— Conheço-te, ó homem, porque eu posso ouvi-lo falar! Por certo, sendo eu quem enxerga-o em seu íntimo, é o homem feito à vontade do seu Creador. E Ele sabedor de todas as coisas, atribuiu-te caminhos, pelas circunstâncias que ele criou no mundo, para que tu acreditando ter o livre-arbítrio das tuas escolhas, pudesse seguir com a tua vida, pensando estar a tomar as rédeas do seu destino, quando, na verdade, está a seguir o script que te foi programado seguir, pela orientação que advém do céu.

Todavia, descontente, o homem ao anjo refutou-o e o desafiou a se expor:

— Oras meu senhor... — disse novamente. — Então, por favor, me digas: Quem és tu? Se tu sabes tanto sobre mim, revela-te para que eu possa saber com quem eu estou a falar.

— Tu me conheces como sendo o teu sagrado Anjo Guardião! — revelou-se a entidade angelical. — E sendo eu afeito a tua pessoa (por ser o teu mentor espiritual), sei tanto sobre ti mais do que tu possas imaginar, por ser, também, o guia dos teus caminhos.

No entanto, o homem inconformado com as respostas do anjo, contra-argumentou:

— Se fores assim como tu me dizes... — titubeou —, então por que eu faço da minha vida o que eu quero? E deixo de fazer o que eu não quero?

— Tu vives a vida conforme lhe foi programado no mundo espi­ritual para assim vivê-la. Tu não tomas as decisões que lhe são cabí­veis a tua vontade, todavia, as que lhe são sugeridas ou intuídas em pensamento pelo seu sagrado anjo guardião. Ou seja, crendo ou não, tu vives a vida que te foi destinada a ter que vivê-la, ainda que isto te custe acreditar ser esta a verdade. Portanto, por isso mesmo, deves entender que as tuas escolhas são uma consequência mental da tua psique, pois esta é a forma pela qual tu consegues se conectar com o plano divino, onde estão assentados todos os deuses em sua gloria e majestade, servindo ao Creador, no que tu conheces como sendo o firmamento celestial.

Não obstante, por sua vez, o homem continuava confuso sobre o que o anjo lhe falara, e a ele perguntou:

— Mas como assim? Como que eu posso fazer o que deidades divinas me sugerem? Isso não tem cabimento! — expressou mene­ando a cabeça em sinal de desaprovação a explanação do anjo.

— Tu fazes o que os teus pensamentos comunicam-te ter que fa­zer. — respondeu-lhe a entidade angelical a dúvida. — Estes pensa­mentos podem ter tanto origem boa, como má. Isso vai depender também, do que tu estás disposto a sintonizar, em decorrência da oscilação das tuas emoções, que podem ter origem em diversas cau­sas, sendo a principal delas, a tua ansiedade pelo o que está por vir acontecer no futuro, tanto quanto a depressão, que te prendes a lembranças passadas que te magoaram ferindo-te a alma, e porven­tura, por que não, o coração.

Contundo, o homem procurava entender com maior afinco o que o anjo lhe explicara, e mais continuou a interrogá-lo:

— Mas então quer dizer... — hesitou —, que estou a viver se­gundo a vontade que há dentro de mim dos deuses que me intuem bons pensamentos, ou me sugerem maus pensamentos?

Á vista disso, o anjo lhe respondeu, e detalhou o que havia antes explanado:

— Sim! Tudo o que tu em tua vida faz, são escolhas intuitivas que são sintonizadas pela tua mente, e que, por assim dizer, se transfigu­ram em forma de pensamento. O que a ti lhe intui fazer o bem, e obrar em verdade e espírito, é a luz que de dentro de ti se revela como o seu sagrado anjo guardião, ou Cristo. E o que lhe sugere agir de maneira ordinária e desprezível, é à sombra do Cristo que lhe quer induzi-lo a praticar o mau, pelas tuas más escolhas, que são motivadas pela tua autossuficiência, o que tu atribui como sendo a tua vontade, ou como bem disse a supracitada por sugestão ao seu discípulo, Aleister Crowley: “Fazes o que tu queres, há de ser o todo da lei”.

Posteriormente, de forma alguma o homem não se conformava com o que o anjo lhe revelara. E o perscrutando com mais insistên­cia, ao anjo discorreu:

— Mas se assim é... — resignou-se por um instante. — Seja, por favor, mais claro em tuas colocações.

— Os pensamentos que lhe são sugeridos ou intuídos, é a consci­ência astral, que se comunica contigo através da sintonia que tu pos­sui com as divindades, por meio da tua mente, e que se revelam pelas tuas atitudes e ações. De fato, individualmente elas possuem características próprias, que são inerentes a sua natureza espiritual. Ou seja, cada uma das sentinelas do céu se manifesta no homem por meio das escolhas que são feitas por ele através da sua intuição, como também, da sugestão, cabendo à razão organizar os senti­mentos e as consequentes emoções oriundas destes estados psíqui­cos. Com efeito, isso se traduz na natureza humana e no caráter especifico de todos os seres humano encarnado na Terra, como um reflexo da personalidade individual, podendo qualquer pessoa prati­car o bem, como o mal, de acordo com a sua inclinação pessoal.

Embora o anjo continuasse a elucidá-lo, o homem ainda se via confuso e perdido. Ele queria que o ente divino mais lhe revelasse sobre a natureza espiritual humana, para que ele pudesse continuar convencido, de que o livre arbítrio era verdade:

— Mas então me digas senhor: Como pode a consciência desses seres espirituais os quais tu denomina como sentinelas, habitarem dentro de mim, se só me reconheço como ser único e pensante? Isto é, dotado de razão.

Retrucou o anjo a dúvida do homem:

— Tu pensas ser assim porque a tua mente te faz enxergar o que em teu coração tu se negas a escutar. Por isso, tu ficas refém dos teus pensamentos, e ignoras o Cristo que te fala do coração. Dito de outro modo, ele é a centelha divina pela qual tu consegues se comu­nicar com o plano espiritual, e, desse modo, entender melhor a tua relação entre tu e os deuses que compõe a tua alma, pelo o que tu conheces como sendo o mapa zodiacal. Por exemplo: Um famoso filósofo grego que tu já deves ter ouvido falar, chamado Sócrates, inspirado numa inscrição no pórtico do templo consagrado ao deus Apolo, que havia na antiga cidade de Delfos, construiu em cima desta seguinte citação, toda sua filosofia, que veio também a inspirar diversos outros pensadores que surgiram ao longo do tempo, como fundamento filosófico da natureza espiritual humana: Conhece-te a ti mesmo ó homem e conhecerás o universo e os deuses. Porque se o que tu procuras não encontrares primeiro dentro de ti mesmo, não acharás em lugar algum”.

Replicou o homem aturdido:

— Mas como? Por que não o ouço se tenho por vezes agido de maneira à sempre obrar conforme a minha vontade? Não seria, pois, o que eu faço, então, uma escolha sugerida por ele?

— Tu não o ouves — respondeu-lhe o anjo — mas fazes o que ele a ti sugere, quando a bondade pratica como bem disseste: “obrando conforme a minha vontade”.

— E tu? Por que eu posso vê-lo, se tu és semelhante ao disco solar?

— Eu sou a consciência que de dentro de ti falas, e que tu ouves, quando em silêncio tu escutas o teu coração! Eu Sou como ao Sol, quem te orienta nos bons e frutíferos caminhos, quando tu aprendes a obrar, ouvindo a voz do teu silêncio interno.

— Não lhe entendo!

Explicou-lhe o anjo de uma forma mais clara:

— O verbo que de dentro de ti tu ouves reverberar, é a voz do teu silêncio interno! Pois, é o Cristo quem conhece os melhores caminhos, e os que tu deves percorrer enquanto estás encarnado. Já que, estando tu preso a corpo, está sujeito ao bem e ao mal, por desejares mais a carne e os prazeres do mundo, do que viver para contemplar o sagrado, imergido, por vezes, alguns instantes em meditação. Mas se praticares o mal, cedendo mais aos teus desejos terrenos, ao invés de buscar um equilíbrio entre o espírito e a carne, tu terás que repará-lo! E a forma pela qual isso lhe será imposto, é que terás que reencarnar em um novo corpo, e em uma nova vida, para que assim possas dentro das circunstâncias em que estiveres a viver, pagar o que de mal fizestes, de modo a poder reparar o dano que tu causaste.

— E mesmo eu ouvindo o verbo divino que tu dizes ser — a voz do Eterno que se fez carne dentro do meu templo sagrado —, eu ainda poderei reencarnar? Isso não me faz, de alguma maneira espe­cial?

Prosseguiu o anjo:

— Depende! Se tu agires segundo o que Eu lhe instruir, tu não reencarnarás! Uma vez que, não mais terás o que fazer neste mundo como espírito encarnado. Há não ser, se tu se dispuseres a voltar como um ente espiritual de elevada sabedoria, para ajudar a humani­dade a dar continuidade à transcendência espiritual da sua espécie. Mas, pelo contrário, se negligenciares o que Eu a ti ensinar e instrui-te a fazer, então acatarás o que a tua sombra — que já sabes bem ser antagônica a minha instrução — lhe sugere praticares através dos teus desejos e da tua autossuficiência! E como o Diabo procura induzir-te a cometer o pecado — forçando-o a optares em servir a tua vontade e não a de Deus —, tu viverás a gerar desentendimentos e terás muito problemas pela frente.

— Mas se assim é... — hesitou o homem fazendo uma pequena pausa —, então por que estou nestas circunstâncias e condições desafiadora a qual estou sujeito a ter que vivê-las hoje? Cometi al­guma transgressão que me custou viver uma nova vida, para poder saldar algum débito que deixei em aberto na anterior?

Redarguiu-lhe o anjo:

— Antes tu habitavas no firmamento, como uma estrela entre in­finitas outras miríades de estrelas que centilham no céu. Porém, quando encarnaste, passaste a viver uma vida condicionada ao bem e ao mal, ou seja, a luz e a sombra. Desse modo, tu só poderás voltar a tua condição primordial, à medida que se dispuseres a viver uma vida sem excessos aqui na Terra, e a buscar fazer o bem, sem antes olhar a quem, como diz o velho ditado. Trocando em miúdos: “Não julgueis para não serdes julgado. Porque, da mesma forma que vós jul­gardes, julgá-los-ão e ainda vos darão em acréscimo”.

Diante disso, o anjo explanou-lhe as considerações que o homem fez sobre as coisas que ele o revelara, contudo, o homem continuava a não entendê-las:

— Confuso isso...

— Não! Tudo é explicável! Nada do que pensas ser confuso, é. O que tu pensas ser obscuro, por assim dizer, é uma distorção que a tua mente o induzes a acreditar do que tu imaginas ser real, e do que realmente se configura de maneira real. Ou seja, tu ainda não apren­deste a usar a lógica da maneira correta, organizando os teus pensa­mentos, para que desse modo, consigas atribuir a razão, o uso prá­tico da intuição. Mas o que eu quero lhe dizer, é que tu sendo parte integrante da eternidade, é como dito, feito a imagem da própria divindade. No entanto, como estás a vivenciar uma experiência tem­porária, na matéria a qual tu fazes parte através do teu corpo físico, tu só podes a ela voltar a se reconectar, quando a buscares dentro de ti mediante ao encontro sagrado do teu Cristo interno! De certo, a luz divina que de dentro de ti fala, é quem pode reconectar-te com o Creador.

Isto posto, o homem, então, ainda se esforçava determinado a absorver tudo o que o anjo com ele compartilhava. E, continuou a interrogá-lo se esforçando em entendê-lo melhor:

— Pelo o que estou entendendo do que tu me dizes, é que eu devo ouvir e fazer o que a minha intuição — que é boa — me ori­entas a fazer. É isso?

— Sim! — respondeu-lhe o anjo afirmativamente.

Em função disso, o homem querendo saber mais, sobretudo ao seu devaneio induzido pela mente indisciplinada, que o seduz através dos desejos e das paixões, ao anjo questionou:

— E a sombra que também dizes existir dentro de mim? Por que ela existe?

— Ela existe para te tentares a agir segundo o oposto do que é certo e justo obrar. Isto é, sendo ela a polaridade contrária a luz, a sombra, distorce o que é bom e verdadeiro, e sugere o que é mal e reprovável, de modo a continuares condicionado ao medo e a ver­gonha. Contudo, ela também é quem retém todo o potencial que existe em ti, de poder ascender intelectualmente, por meio da tua busca por autoconhecimento, através dos estudos e meditações. Daí ela ser a responsável por te instruíres a fazer o teu trabalho, por meio das ferramentas que tu utiliza de forma a poder consolidar o teu esforço mental, em algo útil principalmente no emprego das necessi­dades materiais humanas. Certamente, por esse motivo, a supraci­tada se revela como sendo, também, o espírito do trabalho, haja vista ser ela quem detém o conhecimento da aplicação das técnicas na labuta, à proporção que tu te desenvolves como referido anterior­mente, na tua ocupação. Porém, tenha cuidado! — Advertiu-lhe novamente o anjo. — O Diabo ensina a fazer, mas não ajuda a es­conder! — Sejas, pois, prudente em tuas ações, de maneira a buscar sempre fazer um bom trabalho, inspirado no altruísmo e beneficio do próximo, e, de forma alguma, no ganho pessoal. Dessa forma tu não serás ludibriado por ele, e exposto à desonra, não obstante, receberás pelo o que laborares com honestidade e dignidade.

Com efeito, o homem mais consciente do que lhe estava sendo revelado pelo anjo, disse-lhe:

— Então devo proceder em agir, segundo o que me orientas o Cristo, que de dentro de mim fala através do meu xacra do coração! Por certo, sendo ele a luz da eternidade, é a quem devo me subordi­nar, mediante práticas meditativas, de modo a poder intuir bons pensamentos.

— Sim! — respondeu-lhe o anjo. — Mas tu não deves ignorar a sombra que de dentro de ti também falas! — alertou-o. — Uma vez que, tu deves buscar sempre estar em vigília, para que não caias a fazer o que de errado ela a ti sugerir. Além do mais, a sombra mali­ciosa e sedutora como é, a ti lhe permitirás agir segundo o que tu pensas ser a tua vontade. Mas, ao contrário, tudo é uma ilusão que ela te instigará acreditares, como miragens de um oásis em meio ao deserto, vistas por um moribundo morrendo de cede. Ou seja, tu pode se tornar vítima dos teus próprios desejos e paixões se tiveres uma conduta imprudente.

Conquanto, o homem ao anjo questionou-lhe, por não saber como lidar com a sua sombra, devido ao fato de reprimi-la no seu inconsciente:

— E como eu posso manter vigilância sobre os meus pensa­mentos, se eu não consigo calá-los?

— A mente não se cala, a mente se educa! Assim, tu cultivarás a bons pensamentos, quando aprenderes a discipliná-los por meio da meditação, estudo e trabalho. Mas tenha cuidado! — advertiu-lhe o anjo de novo. — Pois, a sombra (astuta como sempre foi), a ti po­derá querer se passar por luz, como a um vagalume em meio à noite, e te enganares, guiando-te a fazer o que de reprovável é, e de torpe podes tu vir a desejar no calor da tua cólera ou das tuas emoções. Portanto, mantenha-te firme no teu propósito que saberás qual é, ao praticares as instruções mediante as quais estou lhe educando, assim, ficarás protegido de agires de modo impulsivo, o que livrá-lo-á de se desviar de ter um bom destino.

Dessa maneira, por tudo o que o anjo estava lhe ensinando, o homem, então, percebeu que ele não era “o dono de seu destino”, e que isso era uma sugestão da sua sombra — uma divindade caída —, devido ao fato de ter se rebelado no firmamento ao desejares insti­tuíres o seu próprio reino de caos. De certo, essa foi à causa dela ter sido lançada do céu junto ao homem a Terra, ao seduzi-lo a também desejar ser conhecedor do bem e do mal, influenciando-o a aspirar à liberdade por meio do fruto proibido, que agora já sabes ser a ânsia por te libertares através da tua vontade, ou Thelema, e seguir o teu próprio caminho.

Em sequência, o homem ao anjo disse-lhe:

— O que tu vens a me revelar, faz sentido! Eu percebo que ve­nho agindo de acordo com o que eu julgo ser a verdade, através das minhas percepções — que por sinal, se mostraram bastante distorci­das. Contudo, agora percebo que a verdade é muito maior do que eu especulava ela ser, como tu bem fizeste me demonstrando antes, pelas tuas elucidações. Eu compreendo que devo agora empenhar-me em me autoconhecer melhor, e a me vigiar mais interiormente, para que eu não seja usado pelas trevas para fazer o que de mau e ruim induz ela ao homem praticar, de maneira a fazê-lo continuar a reencarnar, e ficar preso a esta condição de sofrimentos e angústias que passa a humanidade, sem muitas vezes saber o porquê do carma negativo que ela carrega.

Finalizou o anjo corroborando com o homem:

— Sim! Tu deves buscar agir conforme o seu Eu Superior assim o instruíres a fazer. E deves buscar ajudar ao próximo, com as habi­lidades que tu possuis e foste dotado ao encarnares na Terra. Tam­bém deves procurar se corrigir dos teus erros, assim tu estarás a se edificar em sabedoria! E terás, portanto, a chave que abrirás a porta do céu, ou seja, viverá a experiência de poder transcender o corpo em direção à ascensão do Grande Espírito, elevando-te de volta ao firmamento. Além do mais, tudo o que tu me pedir em oração, eu te proporcionarei, desde que estejas convicto de que utilizarás as tuas bênçãos em beneficio do próximo, de modo a cumprir o que foi falado, quando foi ensinado aos homens recorrer ao único e verda­deiro reino de Deus, que existe dentro dos vossos corações. Amém!

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Sinopse

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