A Iluminação

 
 
 
 
Quem dera, ó homem, que tu buscaste a sabedoria da imortali­dade, na luz que de ti fez carne, e deu-te o mundo para obrares em espírito e verdade?

Mas, pelo contrário, tu te corrompeste em tuas andanças, e se apegaste a sombra e a maldade, de tal maneira que ignoraste ao cha­mado do Santo Espírito, e se fez rugir como leão, que ameaça atacar ao seu adversário.

Ó homem! Pretendas deixar-Me orientar-te na jornada da vida. Deixe-Me encher-te o corpo de luz, e edificar-te em sabedoria e ver­dade, de tal sorte que, estando à luz a abrir-te os caminhos, tu farás grandes obras!

Queiras deixar-Me em ti, fazer a minha morada! Porque, onde re­side o espírito do Eterno, a luz nunca se apaga, e a verdade sempre prevalece.

 Ó homem! Em ti venho tentando abrir-te os olhos, e mostrar-te a verdade, mas tu foges de Mim como uma lebre foge do seu preda­dor, e queres ainda que seja justa a vida contigo?

Somente poderás crescer e viver em abundância e prosperidade, estando Eu a iluminar-te os passos, e a fazer-te filho da luz, assim como, eras antes de caíres em miséria e degradação.

 Ó homem! Em teus meandros sempre estive a espreitar-te, a ob­serva-lhe as pegadas em falso que tu vieste a dar há tanto tempo, sem que a Mim recorresse para mostrar-te à verdadeira senda, que se deve percorrer para alcançares a iluminação.

Por que Me fazes chorar, se tão bem te quero, e se estou aqui pronto para dar-te todo o Meu afeto; toda a Minha ternura?

Por que és rebelde com o teu Pai, que o fez com tanto amor e ca­rinho, e que sempre o quiseste bem e afeiçoado à luz, que te veste como um manto de estrelas que o céu ilumina?

Através de ti poderei fazer-te obrar grandes feitos, ó filho Meu! Se ao teu Pai buscares em verdade e espírito, dentro de ti, uma vez que, só quando voltares a ouvir o seu coração, lá estarei para dar-te o conforto que tu tanto buscas, enquanto estas a viver em tropeço e sofreguidão.

Ó homem! Não desprezes mais ao teu Pai Eterno, que sempre aspirou em dar-te a vida sempiterna, mas que tu continuamente ne­gaste em buscá-la.

Por que confiaste mais no mundo que o corrompe a alma, e me­nos no teu Pai que constantemente o quer bem?

Busque meu filho ouvir este seu velho que há tanto tempo lhe chama para a vida eterna, para que obres no trajeto da justiça e da retidão, visto que, o que é o filho para o Pai, que o vê aflito e em desespero?

Deixe-Me ser o teu candelabro, a luz dos teus dias, o percurso da tua vida, para que tu voltes a Mim em alegria, tal como, quando foste para longe pensando em fazer-se homem, quando, eras, pois, como as estrelas no firmamento, que iluminam aos homens.

Filho Meu! Aqui estou! Vosso Pai Celeste de quem tu apostataste, a confiar no seu retorno, quando de dentro de ti, ouvires a Mim que em verdade te fala, e que ao seu bem continuamente dedico-Me em ajudar-te a alcançá-lo.

Por sua vez, após ouvir o clamor que de dentro do seu coração reverberava feito a um trovão, o monge, despertando do seu estado meditativo abriu os olhos, e enchendo-se de coragem depois de se levantar do chão no qual estava sentado meditando, falou:

— Doravante estou pronto a trilhar o caminho que de fato me levará a iluminação no reino dos céus. Afinal, eu e o Pai somos um, na unidade do Espírito Santo, Amém!

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Sinopse

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